Fala-se muito nesse estado de suposta liberdade sem que se perceba que ele só existe na filosofia e na teologia. Nem na psicologia o livre arbítrio conseguiu sobreviver com arrogância: foi reduzido ao nível da responsabilidade sadia (quando considera-se boa a escolha)... ou foi conduzido ao limbo onde foi rebatizado como neurose (quando e’ demais), paranóia (quando não se vincula ao real), pulsão (quando se manifesta) e compulsão ( quando está para alem do controle). O que é difícil é admitir que somente Deus é livre! Um ser livre tem que saber disso em tudo o que faz e o tempo todo. Tem que além de ver de onde vem (o passado), o que esta’ acontecendo hoje (o presente mais que imediato, com suas mais indecifráveis variáveis) e o que seu ato gerara (o futuro e suas conseqüências). Quem decidir o tempo todo com tamanhas certezas e’ aquele que e’ de fato livre! Bem, então, eu não sou livre e nem mesmo tenho idéia de quão livre eu não sou! Pontuo ocorrências nas quais penso que usei de m
Advém da sensação de liberdade que temos, o fato de que não somos nós que estamos a procura de alguém, mas que alguém nos encontre sem procura, nas relações inter pessoais do cotidiano, da postura de quem sai da inércia pra viver sem medo, de quem vai ao encontro do desconhecido todos os dias, incertezas, dúvidas não nos fazem parar, é preciso mais que isso, é preciso ir além da segregação, é isso que não nos permite estar a sós, pois estar só quase nunca é bom, do ponto de vista existencial. Promiscuamente somos lançados na rede de ligações inter dependentes, de onde emana a dádiva inexplicável que as vezes chamamos de amizade. Alex Possati (reflexão) "A falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade , pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho." Fiodor Dostoievski
Não há filosofia, religiosidade, argumento político ou ideológico que defina e construa um pensamento conclusivo do que vi e vivi no tempo em que estive no lixão de Gramacho. Calo-me diante da calamidade e da miséria que pude co-participar por alguns instantes. Imagens não tem cheiro, mas ao menos exalam algum sentido próximo da realidde, lamentemos e choremos diante do chorume fétido do que posso chamar de descaso do descaso do descaso humano. Feliz Natal para as crianças de gramacho? Ainda não, pois aguardam o lixo que vai chegar de nossas Ceias natalinas. Alex Possati (reflexão)
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