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Mostrando postagens de setembro, 2008

HOMEM VERSUS HOMEM

Ser homem é carregar vida na morte e morte na vida. Ser homem é existir preso ao tempo-espaço enquanto se sabe que nossas raízes estão para além das estrelas. Ser homem é carregar a eternidade em um corpo de morte. Ser homem é ter a semelhança de Deus em dessemelhança e paradoxo. Ser homem é desenvolver a consciência entre os espinhos de instintos. Ser homem é necessitar de amor enquanto não se sabe o que amor é. Ser homem é gostar de muita coisa que mata. Ser homem é resistir a muita coisa que salva. Ser homem é viver dizendo que se ama o que não se abraça e que se odeia o que se carrega. Ser homem é ser capaz da solidariedade que nem sempre sabe falar de perto. Ser homem é frequentemente esquecer-se de quem se é enquanto se julga nos outros aquilo que em nós é abundante. Ser homem é saber de Deus enquanto se existe em fuga. Ser homem é mentira, é verdade; é vontade, é preguiça; é amor, é capricho; é divino, é diabo; é eterno, é fugaz; é vinho, é vinagre; é fel, é mel, é água, é fogo;

A bem-aventurança que ainda não alcancei

Por Ricardo Gondin Meu pai faleceu no dia seis de dezembro de 2005. Em seu funeral, agradeci a Deus por seu maior legado em minha vida: dignidade. Na época do golpe militar de 1964, papai não tergiversou e foi preso. Conduzido para a Base Aérea do Galeão, permaneceu incomunicável durante muitos meses. Sofreu tortura, passou humilhação e mesmo depois de julgado e inocentado, foi expulso das Forças Armadas. Implacavelmente patrulhado pelo regime, meu pai foi um exemplo de firmeza. Diante dele, percebi que existem algumas virtudes que ainda não alcancei. Reconheço que não me encaixo na bem-aventurança de Mateus 5.10: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus". Não posso me incluir nessa promessa porque nunca fiz nenhuma vigília solitária nas calçadas dos hospitais públicos que desprezam o direito do pobre, nunca marchei pelos idosos e nunca corri risco algum por crianças abandonadas; ainda não me amarrei a uma árvore para não permitir q

O mundo está muito estranho ( Caio Fábio )

O mundo está muito estranho. Nunca antes o vi assim. Nem tampouco soube que ele [em estado continuo] tenha entrado em algo semelhante ao que agora de vê. Entre os homens são bilhões de seres. Fome, consumo, lixo, sujeira, poluição, pestes, pragas, novas doenças, ar sujo, medo, depressão, pânico, doença mental, desconfiança, hostilidade, desamor, frieza afetiva, falência familiar, perda de referencias e de senso de conveniência; morte da sabedoria e glória da insensatez; desequilíbrio de poderes, controle, manipulação, indução, aldeia global, instantaneidade de tudo; ansiedade sexual, desafeição paterno-materna; corrupção, roubos, arrombamentos, seqüestros, trafico, banditismo legal, política como ação de pirataria, evolução cientifica para o bem e o mal; engenharia genética, clonagem, reprodução com controle genético, tecnologias de manipulação, alienação; religião anestésica, perda da transcendência, ódio de ser, medo do futuro, suicídio, desmaios, angustias, drogas, desagregação, ódi